Nutrição e saúde mental
A carência de alimentos e nutrientes essenciais para o funcionamento normal do organismo pode desencadear problemas de saúde mental, em especial transtornos de ansiedade ou de humor, como a depressão e/ou aumento dos níveis de estresse.
Parte disto deve-se ao eixo intestino-cérebro. Estes órgãos estão de tal forma conectados que a sua inter-relação afeta não apenas a absorção e a utilização de nutrientes, mas também exerce influência nos processos cognitivos, na regulação do humor e na neuroplasticidade.
É necessária uma nutrição equilibrada para o bom funcionamento do cérebro. A deficiência de ácidos graxos ômega-3 está relacionada a um maior risco de depressão, bem como déficits em parâmetros como ferro, folato, vitamina B12, entre outros nutrientes.
Estudo recente com adolescentes canadenses demonstrou que o consumo elevado de bebidas açucaradas associa-se à maior gravidade de sintomas depressivos e de ansiedade, enquanto o consumo elevado de legumes e frutas mostrou-se associado ao melhor bem-estar psicológico.
Por outro lado, dietas restritivas podem contribuir para o desenvolvimento de uma relação perturbada com a comida, sendo este um motivo frequente para a ocorrência de distúrbios do comportamento alimentar, tais como a compulsão alimentar, a anorexia nervosa e outros.
É claro que a alimentação não é o único fator determinante para a saúde mental. Diversas razões ambientais e genéticas interferem no bem-estar mental de indivíduos e de grupos.
O cuidado nutricional não substitui os tratamentos farmacológicos atuais para transtornos de saúde mental, mas tem um papel importante como tratamento preventivo ou complementar.
Para consultar referências sobre o tema abordado, consulte os links abaixo:
Prev Chronic Dis. 2024 Oct 24;21:E82
Front Nutr. 2024 Feb 9;11:1337889
Healthcare (Basel). 2023 Aug 1;11(15):2183